sexta-feira, 30 de maio de 2008

Não sei falar de amor...



Não Sei Falar De Amor
Ó vizinho, ora bom dia
como vai a saudinha?
eu não sei falar de amor...

Ó vizinho e este tempo?
a chuva dá pouco alento...
e eu não sei falar de amor...

Ó vizinho e o carteiro?
que se engana no correio...
e eu não sei falar de amor...

e soubesse eu artifícios
de falar sem o dizer
não ia ser tão difícil
revelar-te o meu querer...

a timidez ata-me a pedras
e afunda-me no rio
quanto mais o amor medra
mais se afoga o desvario...

e retrai-se o atrevimento
a pequenas bolhas de ar

e o querer deste meu corpo
vai sempre parar ao mar

Ó vizinho e a novela?
será que ele ficou com ela?
e eu não sei falar de amor...

Ó vizinho e o respeito?
não se leva nada a peito...
e eu não sei falar de amor...

Ó vizinho então Adeus
vou cuidar de sonhos meus
que eu não sei falar de amor..

By Deolinda

Tens razão, é mesmo estranha esta nossa necessidade em catalogar o mundo, a realidade! Não sei,se por dificuldade em lidarmos com o desconhecido ou como dizes, com o que não tem nome!Ou será mesmo egocentrismo?E o mais engraçado é que não nos apercebemos que aquilo que catalogamos é apenas o nosso mundinho,a nossa realidade.
E as nossas emoções também têm que estar bem definidas, bem explicadas, bem arrumadas...Mas porquê?

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Quem és tu





Quem és tu que assim vens pela noite adiante,
Pisando o luar branco dos caminhos,
Sob o rumor das folhas inspiradas?

A perfeição nasce do eco dos teus passos,
E a tua presença acorda a plenitude
A que as coisas tinham sido destinadas.

A história da noite é o gesto dos teus braços,
O ardor do vento a tua juventude,
E o teu andar é a beleza das estradas.




Sophia de Mello Breyner Andresen

domingo, 6 de janeiro de 2008

Uma Casa na Escuridão



"Escrevo-me. Escrevo que existo, onde sinto. E o que sinto é o que existo e o que sou. Escrevo-me nas palavras mais ridículas: amor, esperança, estrelas, e nas palavras mais belas, claridade, pureza, céu. Tranformo-me todo em palavras."

Mais um livro de José Luís Peixoto e desta vez as expectativas eram muitas,após uma leitura que apelidaria de relâmpago do Cemitério de Pianos. Confesso que estive quase a desistir , não sei se pela tentação de uma mesinha de cabeceira repleta ou por em determinados momentos este livro se revelar monótono e mesmo entediante. Fico contente por não o ter feito e por me ter obrigado a lê-lo!De uma forma que diria fantasista, este livro transporta-nos até um mundo de dor profunda, de terror, de medo, de morte, de escuridão, de degradação humana. Contudo também nele podemos encontrar ao mesmo tempo, como faces da mesma moeda o amor, a amizade e a poesia!Tenho que agradecer ao ALGUÉM que me deu a conhecer José Luís Peixoto! Obrigado!!! Deste-me a conhecer uma bela,cativante e poética forma de escrever, que algumas vezes nos choca e outras nos comove. Uma forma de escrever que nos faz viajar através de sensações, de sons, de imagens de um modo tão intenso.

Paris Sunrise & Lifeline



Hoje descobri que existem bandas sonoras perfeitas para os nossos pensamentos.Músicas que se adaptam, ou melhor que parecem que foram compostas com esse mesmo objectivo, de servir tudo aquilo que nos consome e atormenta! Músicas em que em cada acorde se encaixa na perfeiçao tudo o que nos povoa os pensamentos...medos, dúvidas,solidão, incertezas, lágrimas. Ainda bem que existe música,e ainda bem que podemos contar com o seu contributo quando mais precisamos.Não pelas respostas que eventualmente possamos encontrar, mas antes pela sensação de que existe apenas para esses pensamentos.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Porque hoje...

...não apetece estar em lado nenhum!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Há dias...

Há dias...
Há dias em que um tumulto nos invade.
Há dias em que a vontade escasseia.
Há dias em que os nossos passos se arrastam.
Há dias em que o cansaço se apodera de nós.
Há dias em que a nossa cabeça pesa.
Há dias que passam tão sorrateiramente.
Há dias em que o crepúsculo nos dá a esperança de um novo
dia!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

E a propósito...